A história do maquinista e líder
ferroviário, José Duarte, é simplesmente fascinante, tendo sido um dos
primeiros militantes pelas causas sociais de nossa cidade. Recrutado pelo também
ferroviário, João Hernandes, construiu uma história de lutas e conquistas ao
longo de sua vida sindical. Por sua intensa atividade política e sindical,
passou praticamente metade de sua existência na clandestinidade e quase
dezessete anos nas prisões.
Nasceu em Sobral, Portugal, no
dia 8 de abril de 1907 e, emigrado para o Brasil com apenas 4 meses,
acompanhando seus pais, José Duarte notabilizou-se como um dos mais importantes
líderes sindicais e populares do Brasil. Trabalhador analfabeto da Estrada de
ferro Noroeste do Brasil, aos 18 anos aprendeu a ler e escrever sozinho,
chegando mesmo, quando de uma de suas prisões pela ditadura militar, a fazer
sua própria defesa, por escrito.
Em 1924, José Duarte começou uma
trajetória intransigente em defesa dos direitos da classe trabalhadora, lutando
pela implantação de melhores condições de trabalho, e outras reivindicações
pertinentes a classe ferroviária. Em 1929, participa de mais uma ação em defesa
da liberdade da classe trabalhadora, pois em Agudos havia sido fundada a União
Operária, tendo a polícia prendido toda a sua diretoria.
Em 1931, casa-se com Izabel
Pellegrina, filho de Antônio Pellegrina Ruiz e de Joaquina Arqueladas,
moradores da Vila Falcão, mais precisamente na Praça, hoje denominada de
Euclides Paixão. A militância de José Duarte continuava cada vez com maior
intensidade. Em 1932, juntamente com o Partido Comunista, posicionou-se contra
a Revolução Constitucionalista, sendo, por tal posição, ameaçado de morte nas
ruas da cidade, e com o término do curto movimento, com a derrota dos
paulistas, acabaram por reconhecer que Duarte e os comunistas estavam corretos
em seu posicionamento, que visava unicamente evitar a derrubada de sangue da
juventude paulista e os consagraram como defensores do povo e da paz.
Nos anos de 1953 e 1954,
participou da campanha “O Petróleo é Nosso”, tendo organizado um modelo de
torre de prospecção de petróleo no Largo 8 de Maio, fato que teve grande
repercussão na época. Com o Golpe Militar de 1964, foi preso juntamente com
outros militantes, sendo libertado em 1977.
Livre, passou ao trabalho de
reestruturação do partido, nessa época completamente abalado pela morte de seus
dirigentes. Em pouco tempo, a organização em São Paulo começou a crescer na
oposição à ditadura. Fundou nessa época o Centro de Cultura Operária e após 64
anos de militância no PCdoB, houve rompimento de José Duarte com a organização.
José Duarte veio a falecer no dia
20 de janeiro de 1990 em São Paulo.
Muito bacana!
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa :)
amoesaescola
ResponderExcluireuabelenestudoaki